Quando ignoramos os avisos da ansiedade, ela aparece com mais força. Quer nos informar que existe algo de errado, talvez um potencial perigo. A ansiedade é uma resposta natural do nosso corpo que pretende nos impulsionar a atingir os nossos objetivos. Quando estamos perante um acontecimento que percecionamos como importante, a ansiedade pode surgir como uma forma de resposta do corpo para nos proporcionar energia adicional, capacidade mental adicional para melhor corresponder ao desafio. O problema é quando ela existe em excesso na nossa vida. É possível alterar o estado de luta ou fuga e aproveitar a energia extra para enfrentar os desafios da vida.

Não saber o que vai acontecer é sinónimo de falta de controlo, e nesse cenário a nossa mente é especialista em antecipar o pior. Esta sensação estimula a amígdala, uma estrutura cerebral relacionada com o medo e a sobrevivência, que liberta hormonas como o cortisol e a dopamina, o que leva à ativação de um grande número de respostas fisiologicas com a intenção de nos tornar seguros. As pessoas que sabem como gerir as suas emoções regulam este sistema adequadamente mas aquelas que não conseguem são vítimas das suas consequências, como agir por impulso ou ataques de pânico.

Ansiedade é um mecanismo evolutivo cujo objetivo é proteger-nos para garantir a nossa integridade e sobrevivência. A ansiedade patológica é um estado em que a pessoa percebe algo como uma ameaça não o sendo. E ainda por cima acredita ser incapaz de lidar com isso, o que a leva a experimentar um profundo estado de aflição que não consegue controlar e que impede de viver o seu dia-a-dia com normalidade.

Esgotamento físico e psicológico juntamente com a sensação de estar farto e inquieto são os sintomas frequentes. Sendo os restantes:

• Físicos: taquicardia, dor de cabeça, tonturas, pressão no peito, suor, desconforto no estômago;
• Cognitivos: medo de perder o controlo, preocupação constante, dificuldades em se concentrar e tomar decisões, sentimento de estranheza, pensamentos intrusos de ordem negativa;
• Emocionais: mudanças de humor, choro, risos nervosos, irritabilidade, aumento da emotividade, frustração
• Comportamentais: evasão, bloqueios, acções impulsivas
• Sociais: isolamento

Uma mente ansiosa não pensa, ela simplesmente reage. Junto com a ansiedade, está um medo profundo. Sente que está cercado de ameças e quer sobreviver lutando ou fugindo. Uma mistura de sintomas surgem no corpo e as estruturas cerebrais estão cheias de cortisol e norepinefrina, que são duas hormonas que turvam o pensamento. Sendo aconselhável começar pelo aspeto físico. É extremamente importante conseguir relaxar e respirar profundamente. Se for bem feito, é gerado um curto-circuito na mente que deixará de funcionar a mil a hora, e assim é quebrado o ciclo de pensamentos negativos.

Só num estado de calma é chegado o momento de olhar para dentro de si e descobrir do que é que tem tanto medo. O que é que a ansiedade lhe quer transmitir? Pode pedar num papel e numa canela. O objetivo é ajudar a compreender o que o seu Eu interior lhe quer dizer. O que quer? Do que precisa? O que lhe apetece? As respostas a estas perguntas darão a chave para iniciar um caminho de autoconhecimento.